Balneário Camboriú

Pessoas em situação de rua

Artigo de Rose Mari Colombelli, pré-candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores de Balneário Camboriú

ícone relógio15/07/2024 às 12:00:00- atualizado em  
Pessoas em situação de rua

Ficou em situação de rua, sendo este o lugar em que se sentiu acolhido e, de certa forma, protegido. Incrível, não é? Mesmo cheirando mal, sujo, a maior parte do tempo embriagado para não sentir a dor da exclusão, da insignificância e invisibilidade que a sociedade impõe a essas pessoas em situação de rua, na sua forma de destituição de direitos. Porém, foi na rua que ele era aceito, o que muitas vezes faz com que perca a noção de tempo. Muitos dizem para voltar, mas para onde?

Diante dessa trajetória, vamos vir para Balneário Camboriú. Nesta cidade, não há programas efetivos para pessoas em situação de rua, como:

Não há Centro Pop, programa destinado para pessoas em situação de rua, para: ter apoio em diversas áreas, desde tomar banho, alimentação, documentação, cursos, encaminhamentos para CAPS AD, CAPS II, uma vez que 32% da população em situação de rua é diagnosticada com transtornos mentais, unidade de saúde, trabalho, geração de emprego e renda.

Não há consultório de rua, que funciona como unidade de saúde móvel, com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, sendo este um serviço de baixa exigência para pessoas que não acessam serviços de saúde e assistência social, com a finalidade de resgatar esse cidadão no seu tempo.

Não há albergue ou casa de apoio social para as pessoas ficarem na cidade, para melhor se locomoverem e terem acesso à saúde, assistência social, geração de emprego e renda, arte, lazer e cultura. Tem apenas uma casa de apoio social, localizada na BR, no bairro Várzea do Ranchinho, divisa com Itajaí.

Então, reclamamos das pessoas em situação de rua, mas não reclamamos a falta de acesso, seus direitos negados e impomos a sua exclusão, expulsão da cidade, obrigando-os a se esconderem em qualquer lixeira, terrenos baldios ou casas abandonadas ou ainda sob marquises, e ainda os queremos cheirosos, limpinhos, educadinhos, treinadinhos e domesticados para a nossa convivência.

E quando ainda oferecem tratamento para dependência química, impõem as comunidades terapêuticas, levando muitas vezes à anulação de sua fé, já que a maioria das comunidades terapêuticas são religiosas, à abstinência forçada, sem nenhum acompanhamento médico, muitas vezes levando-os à morte.

Ignorando completamente a política de redução de danos, que tem a proposta de que essas pessoas tenham acesso a todas as políticas necessárias para a sua reflexão sobre o que querem para si, devolvendo sua cidadania.

Para isso, precisamos implementar todas as políticas citadas, fortalecendo a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), conforme a portaria 3088, para que as pessoas em situação de rua sejam acolhidas nas suas demandas, dores e vulnerabilidades.

Para que Balneário Camboriú seja uma cidade mais inclusiva, é essencial investir em infraestrutura e serviços que promovam a igualdade de acesso, principalmente nas comunidades mais vulneráveis. Isso inclui transporte público eficiente e acessível, moradias dignas, espaços públicos seguros e bem cuidados, e serviços de saúde e educação de qualidade. Além disso, a participação ativa da comunidade na tomada de decisões é crucial. A escuta e inclusão das vozes dos moradores, independentemente de sua origem, raça, gênero ou condição socioeconômica, e principalmente daqueles que historicamente foram marginalizados, garantem que as políticas urbanas sejam mais justas e eficazes.

Por fim, a construção de uma cidade para todos requer um compromisso contínuo com a sustentabilidade e a equidade. Isso envolve não apenas a implementação de políticas inclusivas, mas também a promoção de uma cultura de respeito e solidariedade. É necessário combater todas as formas de discriminação e promover a diversidade como um valor essencial. Quando todos os cidadãos têm a oportunidade de prosperar, a cidade como um todo se torna mais forte, resiliente e vibrante. A justiça social, portanto, não é apenas um ideal, mas uma necessidade prática para o desenvolvimento urbano sustentável.

Artigo de Rose Mari Colombelli, pré-candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores de Balneário Camboriú.